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sexta-feira, 17 de junho de 2011

O FIO DAS PALAVRAS: UM CAMINHO PARA A CONSTRUÇÃO DO SUJEITO


Marlene Canarim Danesi
Crfª 0439/RS 

            A abrangência e a complexidade da Fonoaudiologia sempre é dimensionada, em sua verdadeira extensão e profundidade, por pelo menos duas razões. Em primeiro lugar, porque ainda é uma profissão desconhecida, por mais da metade da população. Em segundo lugar, e ao mesmo tempo, porque a Fonoaudiologia tem como objetivo de estudo os problemas da comunicação humana, que sendo o traço peculiar que define o homem, uma forma distinta de interagir, inexistente   em  outros seres vivos, por si só, já requer muita informação em distintas áreas do conhecimento.
 
            Tratar os problemas da comunicação significa entender suas origens; compreender a construção do processo comunicativo; levar em consideração os fatores orgânicos, psíquicos, e sociais envolvidos nesta estruturação. E, principalmente, contextualizar as causas e o momento em que aconteceram as interferências, e as conseqüentes alterações da comunicação verbal e não verbal do indivíduo.
 
            O não verbal, espontâneo e inconsciente aparece no período pré-lingüístico, nos primeiros meses de vida, mas permanece para sempre, manifestando-se por sinais, como um olhar, um susto, um sorriso, um piscar de olhos, ... O verbal, deliberado e consciente, inicia efetivamente com a palavra, evoluindo para frases, chegando até o discurso escrito. Tanto na comunicação verbal, como a não verbal  são essenciais, em qualquer processo dialógico, que precisam ser entendidas e estimuladas nas terapias fonoaudiológicas.
 
            Esta extraordinária tarefa, que constitui o trabalho do fonoaudiólogo, determina que, cada vez mais, este profissional pretenda buscar a especialização, entre as distintas áreas da fonoaudiologia: voz, audição, motricidade oral e linguagem (oral e escrita). Além deste leque tão vasto de opções, o fonoaudiólogo ainda pode escolher trabalhar priorizando a prevenção ou a reabilitação, a fonoaudiologia escolar, a comunitária ou a hospitalar, ou ainda, centrando sua atuação na estética.
            Entretanto, esta diversidade de opções, não pode afastar o profissional do seu real objetivo. O fonoaudiólogo precisa lembrar, constantemente, que acima de qualquer técnica está a pessoa, atrás de qualquer atividade existe um indivíduo, que é um todo integrado e não partes. A fonoaudiologia não pode fragmentar esta totalidade, necessariamente tem que trabalhar em direção a  integração.
 
            O especialista em voz, por exemplo, tem que se aprofundar na aplicação de técnicas específicas que, sem dúvida, melhoram a qualidade vocal, que evitam  desgaste e o envelhecimento da voz, que minimizam ou solucionam patologias. Porém, este seu saber não pode obscurecer o fato de que, não menos importante que a fluência, é a mensagem que a voz carrega.
 
            O fonoaudiólogo, especialista em audição, tem a sua disposição uma imensa e sofisticada tecnologia, que surge em uma velocidade vertiginosa. O profissional precisa acompanhar esta evolução, conhecer e dominar os novos procedimentos, os novos aparelhos, para maior benefício do seu paciente. Mas também precisa levar em consideração que o som sem conteúdo, sem significado, não faz parte do processo comunicativo, sendo apenas uma seqüência de ruídos. Deve ser dada ênfase a utilização da tecnologia mais avançada, sem negligenciar a relação humana.
 
            O mesmo raciocínio se aplica ao especialista em motricidade oral. Falar de forma fluente, com clareza, boa articulação e ressonância, não só é importante, quanto desejável, desde que esta fala tenha significação para o autor do discurso e para seus interlocutores. É muito difícil apreciar e entender um comportamento isolado, mias dificultoso ainda é compreender uma fala sem sujeito ou sem destino.
 
            Considerando todas essa colocações é possível inferir que a base essencial, na qual se estrutura o trabalho do fonoaudiólogo, seja qual for sua especialização, é a valorização do discurso, do fio das palavras. É necessário entender como se processam os enlaces entre os pensamentos, as associações de idéias e os nexos, inevitáveis entre inteligência e afetividade.
 
            É preciso que o fonoaudiólogo tenha consciência que é através destes enlaces e destes nexos, que está a possibilidade do resgate da história e da estrutura do falante e do seu discurso, está também a possibilidade do sucesso terapêutico. É no discurso, é no entendimento do fio das palavras, que se constrói o caminho do vir a ser sujeito e de tornar-se cidadão. É  a linguagem que organiza e orienta as capacidades mentais, ela mediatiza a introjeção da imagem corporal, é fundamental para a constituição do ‘eu’ (eu posso, eu sei e eu quero).
  O trabalho do terapeuta da Linguagem vai muito além  de fazer   o paciente  falar  sem incorreções -  talvez  seja mais  fácil  e mais rápido   corrigir  alguém   que  fale errado ,porém   é  muito mais  difícil  e  muito mais relevante  procurar  compreender  a  lógica do   seu raciocínio.Trabalhar com linguagem significa compreender  que  seu desenvolvimento  tem que ser pensado enquanto processo histórico ,  e como tal  tem seu  fundamento na vida em sociedade,  ligado  à realidade da vida das pessoas , as  suas motivações ,  aos  conhecimentos   que constroem  e as  questões que elaboram.
 Nossa  função como terapeuta  de Linguagem [é  tornar  nossos  pacientes   seres   críticos  ,  dono   de  seus   próprios   discursos , com  capacidade  de ouvir  mas principalmente  com motivações   para dizer   o  que  pensam  de transmitir suas idéias .A construção da linguagem  é a tentativa   de assemelhar   palavras  e vivencias ,  com  fluidez de movimento ,   e  não de  forma  fixa e rígida .E   o papel do   profissional responsável pelos problemas da comunicação é ajudar o paciente a evocar   suas experiências  , organizá-las   e transformá-las,  mas  essencialmente    é  ir  atrás do  fio das palavras do  paciente para   que   ele  consiga  encontrar   o nexo  existente  entre elas  e finalmente  seja capaz  de  construir  seu caminho, como falante e como sujeito.

FONTE : http://www.fonorio.fnd.br/artigo15_Fio%20dsa%20Palavra.html

quarta-feira, 25 de maio de 2011

SÍNDROME DE BECKWITH-WIEDMANN: RELATO DE CASO DA INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA

Beckwith-Wiedemann syndrome:
case report of speech therapy intervention
Bárbara de Lavra-Pinto (1), Maria Júlia Luz (2), Ligia Motta (3), Erissandra Gomes (4)


RESUMO

Tema: descrever a evolução de um caso de Síndrome de Beckwith-Wiedmann com macroglossia
submetido à fonoterapia quanto aos aspectos estruturais e miofuncionais do sistema estomatognático.
Procedimentos: inicialmente foram coletados os dados do prontuário e foi realizada a entrevista
inicial com a mãe. Após, a paciente, com 1 ano e 2 meses de idade, foi submetida à avaliação fonoaudiológica
clínica e foram realizados exames complementares (avaliação otorrinolaringológica, exame
videofluoroscópico e avaliação audiológica). Após seis meses de terapia miofuncional com a utilização
de técnicas passivas, foi realizada uma reavaliação. Resultados: na avaliação fonoaudiológica inicial
observou-se flacidez de lábios e bochechas; ausência de vedamento labial; língua com tensão diminuída,
hemi-hipertrofia direita e acentuada projeção anterior; dificuldades na mastigação e na deglutição
de alimentos sólidos. Decorridos seis meses de terapia miofuncional, constatou-se maior rigidez
da musculatura de lábios e bochechas, posteriorização da língua com aumento da tensão muscular,
e desempenho adequado na mastigação e deglutição de alimentos sólidos. Conclusão: a intervenção
fonoaudiológica precoce, baseada em técnicas de terapia miofuncional, apresentou resultados
considerados satisfatórios para este caso de Síndrome de Beckwith-Wiedmann com macroglossia.
DESCRITORES: Síndrome de Beckwith-Wiedmann; Macroglossia; Terapia Miofuncional



Leia o Artigo Completo Clicando Aqui

Ou Pelo Link: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-18462010005000013&script=sci_arttext

terça-feira, 5 de abril de 2011

PROPOSTA DE INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA, PARÂMETRO CONFIGURAÇÃO DE MÃO, PARA CRIANÇAS SURDAS UTENTES DA LÍNGUA DE SINAIS BRASILEIRA (2008) - Carina Rebello Cruz


RESUMO

Esta pesquisa propõe a elaboração e a aplicação de um instrumento para
avaliar a consciência fonológica de crianças surdas, utentes da Língua de Sinais Brasileira (LSB), em um dos principais parâmetros estudados na fonologia da língua de sinais, a configuração de mão (CM), e também a análise do próprio instrumento quanto à sua aplicabilidade e eficiência.

Os informantes desta pesquisa são cinco professores surdos, proficientes na
LSB, e quinze crianças surdas estudantes de uma escola para surdos da cidade de Porto Alegre, com faixa etária entre 6:03 e 11:1, não repetentes, com o início da aquisição da linguagem na LSB entre 0:0 e 4:1, e que não apresentam alterações visuais, neurológicas e/ou deficiência mental.

O instrumento é composto de duas partes: na primeira, avalia-se a proficiência lexical, ou seja, os conhecimentos dos informantes em relação ao vocabulário do instrumento, e, na segunda, a consciência fonológica do parâmetro CM por meio de trinta tarefas organizadas em cinco itens. Estas foram elaboradas e organizadas considerando as condições para a boa-formação de sinais e a fonologia da LSB.

Os resultados demonstraram que o instrumento proposto possibilita a avaliação da consciência fonológica no parâmetro CM, e que as tarefas possuem diferentes níveis de complexidade.

Os dados referentes às avaliações dos informantes, essenciais para a análise
do instrumento, possibilitaram que considerações sobre o desenvolvimento da
consciência fonológica em crianças surdas em processo de aquisição da linguagem fossem realizadas.

Assim, por meio da aplicação do instrumento de avaliação proposto, foi constatado que o período de exposição lingüística influenciou o desempenho das crianças. Houve a tendência de os informantes apresentarem melhor desempenho conforme o aumento do período de exposição lingüística na LSB.

Além disso, algumas considerações sobre a relação entre aquisição da fonologia em crianças surdas utentes da LSB e esta pesquisa foram estabelecidas.


Para visualizar a dissertação completa Clique Aqui!

Arquivo enviado pela Autora Integrante da RedeFono Carina Rebello Cruz

terça-feira, 8 de março de 2011

Artigo Carla Aparecida Cielo e colaboradoras, 2011



Mais um artigo da Carla Cielo, com o título:
CARACTERÍSTICAS VOCAIS ACÚSTICAS DO SOM BASAL
EM HOMENS COM FISSURA PÓS-FORAME REPARADA
Acoustic characteristics of vocal fry
in men with repaired post-foramen cleft
Giseane Conterno
(1)
, Carla Aparecida Cielo
(2)
, Vanessa Santos Elias
(3)

RESUMO
Tema: características vocais acústicas da emissão em registro basal de pacientes adultos masculinos, portadores de fi ssura palatina pós-forame reparada cirurgicamente. Procedimentos: estudo de
casos envolvendo quatro sujeitos do sexo masculino portadores de fi ssura palatina pós-forame reparada cirurgicamente. Foi realizada análise acústica da emissão sustentada da vogal [a] em registro
modal e basal, através dos programas Multi Dimensional Voice Program (análise da fonte glótica) e
Real-Time Spectrogram (análise espectrográfi ca), ambos da Kay Elemetrics Corp. Resultados: por
meio da análise espectrográfi ca do basal, observou-se: diminuição de defi nição, intensidade e de
largura de banda de alguns formantes, diminuição da intensidade de todo o espectro, e discreta diminuição do ruído nas altas frequências; o efeito damping apresentou discreto aumento. Pela análise
da fonte glótica no basal através do MDVPA, observou-se: frequência fundamental dentro da faixa
do registro modal de fala e aumentada quando comparada à emissão para comparação em registro
modal; grande aumento das medidas que evidenciam variação de frequência e de amplitude; maioria
das medidas de jitter e de shimmer signifi cativamente aumentadas; medidas de ruído, de quebras
de voz, de segmentos não sonorizados e de tremor aumentadas; e índice de fonação suave (SPI)
signifi cativamente diminuído. Conclusão: os resultados evidenciam a alta instabilidade e ruído da
emissão em registro basal, bem como sua fraca intensidade e diminuição do fl uxo aéreo transglótico.
DESCRITORES: Fonoterapia; Voz; Fissura palatina; Espectrografia

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Artigos da Profa. Dra Carla Cielo, da UFSM

A Fonoaudióloga Carla Aparecida Cielo dispensa apresentações, MAS:

É Professora Doutora do Departamento Fonoaudiologia UFSM/RS e Pesquisadora do CNPQ

Ministrou aulas de VOZ no Centro Universitário Metodista IPA de 1995 a 2005. Portanto, muitos que passaram pelo IPA no período, tiveram a oportunidade de ter aulas com ela.

E o melhor: Está compondo a nossa REDEFONO7.

Segue o seu Currículo Lattes:
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4768372Z1

Hoje, divulgo suas duas últimas publicações:

Beber BC, Cielo CA. Medidas acústicas de fonte glótica de vozes masculinas normais. Pró-Fono Revista de Atualização Científica. 2010 jul-set;22(3):299-304
link: http://www.scielo.br/pdf/pfono/v22n3/a24v22n3.pdf

D’Avila H, Cielo CA, Siqueira MA. SOM FRICATIVO SONORO /jã/: MODIFICAÇÕES VOCAIS. Rev. CEFAC. 2010 Nov-Dez; 12(6):915-924
link: http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v12n6/51-09.pdf

No site www.scielo.br, digitando na busca por autor 'Carla Cielo', aparecem 38 artigos. Segue o link: http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/

Claudio Gabana
Fonoaudiólogo CRFa 8833-RS
Coordenador Político da REDEFONO7
Moderador do Blog CREFONO7

E Aluno da Profa Carla Cielo.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Artigo sobre paralisia de prega vocal - enviado por Bruno Guimarães

http://synapse.koreamed.org/Synapse/Data/PDFData/0068KJR/kjr-11-320.pdf

em inglês.

Artigo sobre funcionamento da linguagem - em inglês

http://www.ewi-psy.fu-berlin.de/einrichtungen/arbeitsbereiche/allgpsy/lehre/lehrveranstaltungen/empirische_praktika/Language_pro_MT.pdf?1291635352

Link enviado pelo Fgo. Bruno Guimarães, do Ceará